sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fordlândia...




Antes de hoje nunca tinha ouvido falar em Belterra ou Fordlândia, achei a história bem interessante! Coisas do Brasil!




Fordlândia foi o nome dado a uma gleba de terra adquirida pelo empresário norte-americano Henry Ford no começo da decada de 1920, perto da cidade de Santarém, no estado do Pará. Ford tinha a intenção de usar Fordlândia para abastecer sua empresa de látex, necessário a confecção de pneus para seus automóveis, dependentes da borracha da Malásia, então colônia britânica.

A terra era infértil e pedregosa e nenhum dos gerentes de Ford tinha experiência em agricultura equatorial. As seringueiras, árvores de onde se extrai o látex, plantadas muito próximas entre si, o oposto das naturalmente muito espaçadas na selva, foram presa fácil para pragas agrícolas, principalmente microorganismos do gênero Microcyclus que dizimaram as plantações.

Os trabalhadores das plantações recebiam uma alimentação típica norte-americana, como hambúrgueres, instalados em habitações também ao estilo norte-americano, obrigados a usar crachás e comandados num estilo a que não estavam habituados, o que causava conflitos e baixa produtividade. Em 1930, os trabalhadores locais se revoltaram contra gerentes truculentos, que tiveram que se esconder na selva até o exército brasileiro intervir e restabelecer a ordem.

O governo brasileiro suspeitava dos investimentos estrangeiros, especialmente na Amazônia, e oferecia pouca ajuda. Ford ainda tentou realocar as plantações em Belterra, mais para o norte, onde as condições para a seringueira eram melhores mas, a partir de 1945, novas tecnologias permitiam fabricar pneus a partir de derivados de petróleo, o que tornou o empreendimento um total desastre, causando prejuízos de mais de vinte milhões de dólares.



Cidades Fantasmas..


Por ser considerada "A cidade Americana no Coração da Amazônia", Belterra, assim como Forlândia, possui uma arquitetura singular, lembrando uma típica cidade do interior dos Estados Unidos. A arquitetura chama atenção de quem visita o município. As vilas que abrigavam os funcionários que trabalhavam no projeto, são preservadas até hoje. As residências são cobertas de telhas de barro tipo "francesa", têm banheiros internos, varandas, afastamento lateral e jardins. Aliás, belos jardins. Independente da casa, os moradores preservam o hábito de conservar os jardins ao redor de suas casas. Na verdade, na época do projeto, a companhia Ford realizava concursos anuais para premiar o melhor jardim do município.

O objetivo era aumentar a quantidade de frutos e hortaliças para que os moradores conhecessem o valor da dieta à base de vegetais. Mas, existe uma residência que chama atenção de todos e leva ao passado várias pessoas que trabalharam no Projeto da Borracha. A Casa 1 (um), como é chamada pelos habitantes da cidade, é uma casa de sonhos. Ampla, com uma vista privilegiada da varanda, grande salão e vários compartimentos, a Casa Um foi projetada para receber o mentor do projeto, o milionário Henry Ford.

No entanto, isso nunca aconteceu, pois 40 dias antes da viagem prevista para Belterra, Ford perdeu o filho e desistiu da viagem e do projeto. Na conversa dos moradores que participaram dessa história holywoodiana restam apenas saudades e sempre um "se". Talvez, se Henry Ford conhecesse aquele lugar, nunca tivesse coragem de deixá-lo.

Fontes:-












No YouTube também tem um documentário bem interessante!

Um comentário:

Alvaro Cavichioli disse...

Eu li sobre isso há muito tempo atrás e não lembrava mais. Mui interessante.